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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
O NAVEGAR NO MISTÉRIO

O NAVEGAR NO MISTÉRIO

Eu percebo a lua cheia como Sol a me servir de guia, quando navego num mar de calmaria, pois me deixa perceber os atóis, as ilhotas ou até os icebergs, que não perdoaram nem o majestoso Titanic, em sua viagem inaugural.

Ela marca as marés, que perto das plataformas continentais, subindo ou descendo, penetram os canais, mas que junto ao profundo das regiões abissais, nos deixam tontos e absortos pela falta de um cais, que não deixem que as ondas, em vagas colossais, nos joguem ao fundo, de onde não se volta jamais.

Diferente das calmas baías, no meio do mar só é permitido ser rei a nadar, se formos como um adulto cachalote macho, em busca das lulas gigantes no profundo do mar.

Nesse planeta, quase único, encravado nas bordas da Via Láctea, circundando um Sol peculiar, com sua luz amarela, somos o exemplo maior do que Deus pode criar, pois a todo momento, ele faz, desfaz e refaz, como um fotógrafo de estúdio fica em busca da pose que mais lhe agradar.

E olhamos pro brilho das águas na noite, que parecem com miríades de astros no céu a enfeitar, vejo o quão é misterioso poder navegar.

Se na terra tão sólida, jorra água pro mar, alimentando e dessalinizando para a vida gerar, nós sabemos que o mar é o filtro e aconchego para os rios e fontes fazerem brotar, pois eles levam, por Éolo, a umidade das chuvas a todo lugar.

E abrimos e içamos as nossas velas para buscarmos chegar, e essas não são de pavio e parafina, mas de lonas nos mastros para o vento inflar, nos levando aos sonhos que nos faz criaturas diferentes do tudo que há.

Seja eu marinheiro, lavrador, costureiro ou cientista a criar, sei que o Universo me supera, que nem posso teimar.

Tenho que aprender a ser aventureiro mesmo em casa, no lar, senão o tédio me leva pro fundo do mar. Pois viver é uma chance única, que não podemos desperdiçar, mesmo que a loucura ou depressão nos leve a se antecipar.

E por isso é que me embrenho na mata ou no mundo que achar, mesmo que tenha a pressa da ansiedade, pois não sou dono dos mistérios de tudo que há, já que estou bem aqui, como um jovem aluno, aprendendo a admirar.


Publicado no Facebook em 17/12/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 06/04/2020
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