FRASES DE CÆSAR - I "Eu tenho vivido o bastante para satisfazer tanto a natureza como a glória!"
FRASES DE CÆSAR - I
"Eu tenho vivido o bastante para satisfazer tanto a natureza como a glória!"
Pensar como Cæsar, da família dos Julius, tida como descendente da deusa Vênus, carece de mudar a exclamação para uma interrogação, pois vejo o ser humano do tempo contemporâneo, no limiar desse calendário ocidental, do ano de MMXVIII, como incapaz da proeza de se enxergar no âmago de uma civilização que tem suas bases e pilares físicos e naturais pautados na amplitude de um mundo forjado por planícies, vales, ravinas, morros e montanhas, crateras, catacumbas e cavernas, arroios, lagos, rios, mares e oceanos, tudo exposto ao Sol e à Lua, ou submersas pelas águas frias ou quentes, aquecidas pela fornalha dos rios de magma ardente, que se mostram nos gêiseres e vulcões, ou até esfriado pelo encanto do luar, bem como até congelados nos extremos polares e picos de neves quase eternas.
Hoje, nesse estar contemporâneo, somos artificialmente fortes, mas desgastados na pureza de caráter, hombridade, força espiritual branda e sem obstinácia ou uma necessária resiliência, para podermos nos questionar se queremos nossas vidas, seja de modo finalístico ou fatalístico, ensejadas de lúcida consciência do que nos propomos a alcançar na história memorial dos que nos sucederão, seja para a humanidade ou para a nossa Mater Gaia.
Vejo que não basta termos nascido predestinados ao dorso selado, e seguro às rédeas de um cavalo que seja o símbolo do domínio do mundo que nos foi presenteado, se não tivermos a extrema coragem para firmarmos o trote ou o galope tenaz que nos exige um especial garanhão.
Sair do conforto da mística Roma, de Rômulo e Remo, descendentes de Ulisses, e portanto de Afrodite, para adentrar na misteriosa e temida Gália Transalpina, em busca não só de riqueza, mas para demonstrar a todos o quão capazes nós somos, é algo exemplar, que nos faz merecedores de atravessar rubicões, como uma vaga no mar, na fúria de um tsunami em arrastão, onde "alia jacta est!", a provocar a comoção de todos patrícios, com inveja, e o alvoroço da plebe a render júbilos de glória, num Ave Cæsar sem par, pelas ruas e praças de Roma.
Mas temos que refletir que também temos o dever de tudo recriar e senão aprimorar, para sermos realmente merecedores dessa glória que tanto buscamos, pois a natureza não só é mãe, mas senhora a se venerar. Pois, se o homem existe é por quê ela insiste em nos perdoar, já que tantos desmandos fazemos, sem sermos serenos na insensata pressa que temos por tudo que há.
Também, quem mandou desdenharmos dos instintos inatos, esquecendo do fato que somos forjados de todos elementos que existem, com raras exceções?
E se reinamos sobre a Terra é porquê ela nos dá mesa posta, nutrida de vidas e mel, sob as estrelas do céu a nos servir de manto ou cobertor, num acalanto de tempo bastante, para que atuemos de forma responsável para se glorificar, sob o reflexo esplêndido do luar não só do nosso satélite, mas da sintonia dos astros do nosso sistema solar, que espelham a grandeza do Pai de todos e de tudo que existe.