ATÉ QUANDO ESTRADAREMOS NOSSA BUSCA, SEM ACHAR O GRANDE SEGREDO, QUE É A HUMANIDADE, A PARTIR DO BRASIL?
ATÉ QUANDO ESTRADAREMOS NOSSA BUSCA, SEM ACHAR O GRANDE SEGREDO, QUE É A HUMANIDADE, A PARTIR DO BRASIL?
Desde quando nossos antepassados, com seus clãs e pequenos grupos se aventuraram a buscar novos lugares por onde também esperar mais condições para sobreviver, que nós andamos pela terra, abrindo caminhos, deixando rastros, criando lastros de cascalho, de betume, de argila, de concreto ou de pedras juntadas como em ruas de paralelepípedos, mas não se aquietando nunca num só lugar, sempre estando a viajar, como quem nunca está satisfeito com o seu lugar, tendo como lema de vida o eterno vagar em busca de algo que muita das vezes nem mesmo sabemos o que queremos realmente achar.
Foram trilhas que nos levaram muitas vezes aos confins do mundo sem ao menos sabermos que estaríamos voltando ao mesmo lugar, já que o mundo é uma bola que não para de rodar, circulando juntamente com sua estrela guia, o Sol nosso de cada dia, que nos ilumina como a escorrer sua energia para a vida prosseguir.
E mesmo assim, lá está ele também a fazer sua trilha, um girando em volta de outros, todos bêbados pela falta de raiz entranhada, mas raiz engarrafada num turbilhão de álcool estelar, como se quiséssemos ser cometas, mas girando em carrapetas sem destino circular, se lançando livremente, como se isso fosse possível, para o Cosmo desvendar.
Só não sei até onde poderemos caminhar, pois buracos negros podem de repente se insurgir, nos tragando sem fumar, diferente dos charutos e cachimbos a degustar a fumaça que expele, mesmo que não deixem seus resíduos a impregnar, seja a boca, os pulmões ou nossas almas em profusão, já que o inebriar da fumaça que se exala, nos permite ludibriar a vista ou o aroma do lugar, que são rastros percebidos por todos que estão no mesmo lugar, mas não escondem os mistérios que queremos camuflar.
E estamos ainda a querer tirar provas de poder, ligando ainda os lugares que nem precisariam de estradas, já que nem toda jornada só se pode pelo andar, mas também pelos caminhos feitos de água ou nas correntes de vento que içam os balões e dirigíveis, aviões ou asas delta, que viajam sem se arrastar. São as pontes, viadutos, são os túneis, aquedutos, ligações estanhadas que nos lançam sobre os ares, sejam penduradas ou fincadas, mas continuam a jorrar uma imensidão de bólidos, que consomem o planeta, poluindo e modificando tudo o que há.
E hoje, nesse início de século XXI, que para muitos povos não tem valor algum, pois suas histórias já são contadas várias vezes mais, nos deparamos com os povos que se multiplicaram silenciosamente, num costume bem oriental, de meditação e perseverança, sem pressa ou ansiedade, mas aguardando a oportunidade que lhe brota na pujança de quem sabe o quando se deve agir, e que vê se insurgir ao mundo com um romper do silêncio em grau astronômico, fazendo quase tudo de antes parecer diminuto. São o Japão, os tigres asiáticos e o despertar ensurdecedor do grande dragão, a China, com suas obras espetaculares, seus planejamentos de conquistas e ações que estão a demonstrar o grande apetite que se encontrava latente, desde os idos de Marco Polo, trazendo junto a vizinha Índia, que também almeja seu lugar de honra na mesa do poder mundial.
E aqui estamos nós, nesse Brasil de potencial imensurável, vendo tudo acontecer, por não chegarmos ao grande entendimento do que representamos para todos os demais seres humanos e terrestres, como pilar de um novo mundo, nos deixando manipular por figuras patéticas e carcomidas pelos piores vícios humanos, que não permitem que a nossa força se irrompa, de aprume, se demonstre e se consolide, para sermos o exemplo maior de como deve caminhar e estradar a humanidade.
Publicado no Facebook em 26/11/2018