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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
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O DESPEDIR DE QUEM NOS TROUXE PALAVRAS DOCES

O DESPEDIR DE QUEM NOS TROUXE PALAVRAS DOCES (Homenagem a Jurandy Silva Costa +20/04/1933 *13/09/2018)
 
Era 07h30m de mais um dia 13 de setembro, do 18º ano do século XXI, do calendário cristão e ocidental, num amanhecer normal, dentre tantos que a história registrou e há de ainda registrar, quando se calou uma boca melíflua, daquelas que falam palavras doces, como se viu na obra de José de Alencar, o maior escritor cearense, que deu vida e enredo à cultura tupi, em seu decantado livro Ubirajara.

Bem sabemos que queria estar rodeado por todos, que formaram seu clã, desde todas manhãs que se viu imbricado pelo amor que lhe uniu a uma grande felina, pois mesmo menina, foi leoa ao seu lado, defendendo com unhas e dentes um taurino, caracterizado pelo seu primeiro dia zodiacal. Mas o tempo de Deus tem seus desígnios e o fez eternamente dormir sem ter que trazer mais dor pela crueza que é o rito da passagem para os que a percebem de perto, estando apenas ao lado de quem tanto amou e teve a sua reciprocidade marcada de fato, com o carinho que beirava ao exagero, de ser simbólico de vidas que já caminham juntas desde o profundo dos mistérios divinos que só se revelam quando já não podemos testemunhar o seu porquê, pois o tempo para Deus não sofre medições, mas só sentimentos que transbordam nas almas.

Nasceu num dia 20 de abril, que para os romanos representava o mês de abertura das flores da primavera, sendo o mês da doce Afrodite grega e Vênus romana, para os povos do hemisfério norte. E isso vem de encontro à doçura do mel das palavras doces que sempre saíram da boca de um Jurandy alencariano, um taurino versado nas leis que o direito lhe fez respeitador e conciliador, como pai exemplar de amor para dar, sempre ao ritmo dos taurinos, deixando-se passar sereno, sem alarde, bem ao jeito de quem gosta mais de observar onde pisa, do que os afoitos que podem cair em lençóis de areias movediças, deixando para a sua leoa Dinalva o alvoroço de ser exuberante, rainha dos ambientes em que sempre chegou, na sua altivez dinástica, mas ao mesmo tempo de uma anfitriã esmerada e perfeitamente amorosa.

Criaram os filhos com seus exemplos de vida, majestosos que sempre foram, trazendo ao mundo três pérolas brotadas da concha de Afrodite, como a reinar sobre os oceanos, que arrastaram a todos, paulatinamente para as margens do Atlântico de homenagens a Atlas e a Atlântida, como mestres golfinhos dos mares, seja um na medicina, outra no cuidado do canal de acesso do sustento e odor das palavras, como o último pimpolho, a andar um pouco mais, por transitar entre leis e engrenagens, que formulam o funcionar dos bólidos que rodam e nos levam aonde queremos chegar.

Numa prole bastante ampla, foi dos primeiros que buscou novos caminhos, novas correntes de vento, que o levaria até onde chegou, saindo da roça e vindo a ser bancário e andante por longos anos, até poder se assentar na poltrona das leis, enquanto se mostrava sempre um lorde, recebido com honras por todos os grupos e confrarias que percorreu, pelos templos em que andou, sem deixar nunca de ter fé.

Só mesmo Dina, Paulo, Geo e Junior, juntos aos netos, genro e noras, abalados pelos prantos da dor incomensurável da separação momentânea, para juntos buscarem as razões que o Senhor dos Tempos e do Cosmo eterno tem para promover as mexidas no tabuleiro, onde só ele sabe o destino e movimento dos peões e cavalos, bispos e torres, Reis e Rainhas, a nos levar a iniciar e findar um jogo que tem seu relógio oculto, não nos permitindo saber quando a partida jogada se esvairá na imensidão das estrelas para onde o pai e padrinho de muitos foi se juntar, deixando tristes os que a ele foram ligados pelo sangue e pela amizade devotada, pelo respeito e pelo encanto com que marcou o seu trilhar, mesmo que saibamos que nem sempre são de total perfeição, por ser essa uma cláusula humana, na constituição universal das leis do Grande Arquiteto do Universo.

Fica aqui o meu pedido de bênçãos, como sempre o fiz em nossos encontros, nas prosas e no divertir sobre uma toalha com cartas, onde os amigos fraternos sempre se encontravam para confraternizar, como também sei a dor que deixou para o meu Pai, a sua partida. Até mais, por hoje, meu dileto Padrinho. Que seu novo trilhar seja repleto de música e encantos das harpas celestes a tocar.

Publicada no Facebook em 16/09/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/04/2020
Alterado em 05/04/2020
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