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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
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TEMPOS DE CONSOLIDAR UMA INDEPENDÊNCIA QUE SEJA CAPAZ PARA A PAZ E O PROGRESSO

TEMPOS DE CONSOLIDAR UMA INDEPENDÊNCIA QUE SEJA CAPAZ PARA A PAZ E O PROGRESSO
O Brasil foi forjado pelo acaso e descaso dos que desdenharam do seu potencial ambiental, estratégico e renovador, do sair das trevas da idade média até o que vigorou na humanidade, enredada nas tramas de poder dos países que se julgavam detentores do futuro do mundo até os tempos que só os visionários seriam capazes de perscrutar.

Nessa época tão louca e de tantas guerras num continente já combalido como a Europa, por ser um berço bem eclético de povos, etnias e disputas, travadas em invasões, sejam por povos berberes e mouros ou todos os caucasianos, mongóis, unos, sem contar os dispersos, como os judeus, palestinos e tantos outros desterrados, surge um momento em que o povo, massacrado por uma elite nefasta e acostumada à submissão das classes inferiores, quase sempre subjugadas ora pela força, ora pelo convencimento do merecimento divino, abusando do sagrado e impalpável mistério da fé, como se ela pudesse ser manipulada, se não o fora sempre, pelos mais espertos e detentores da força ou do carisma para exercício do poder sem contestações de nível que pudessem lhes por na defensiva, se revolta e se manifesta com mais evidência na queda da Bastilha e no fim da realeza francesa, que provou da guilhotina também, criando novos lideres, de onde se sobressaiu Napoleão Bonaparte, que no meio de toda terra arrasada, soube comandar a França para o domínio de quase toda a Europa.

Todavia, não a bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe, como já dizia um adágio popular. E restou a Inglaterra e uma nesga de terra, desacreditada pelo tamanho territorial, populacional ou militar, que era Portugal, que vivia um drama interno causado por problemas na família real, tendo um príncipe regente sendo comandante, que foi Dom João VI.

Este, para muitos um grotesco príncipe, que tendia à obesidade, ociosidade e medo, surge com uma análise mais apurada da época, como o diferencial que deu o start para o declínio do Império Napoleônico, muito embora o período era de escolher entre ficar sob as garras do tigre ou as do leão, pois os comandantes da arena do coliseu europeu eram mesmo os ingleses e franceses.

Num repente de coragem, quem sabe se não mais querendo salvar a própria pele, ou pela astúcia de um taurino, que busca saber a hora certa para agir, segurou a França até onde pôde, para buscar evitar o bloqueio continental e ter o apoio financeiro da Inglaterra, para poder manter seus domínios além mar, que já se achavam ameaçados pelos espanhóis. E foi assim que embarcou para o Brasil, onde a nossa história passou a ter um novo recomeço.

Eis que surgem as figuras que foram emblemáticas para o iniciar desse novo Brasil, com todas as polêmicas de um novo império que se monta numa extensão continental e que precisava se consolidar, mas que carregava o ranço de tradições escravocratas, sem perfil industrial ou comercial, mas apenas extrativista ou produtor do que hoje chamamos de commodities, pois que nos limitávamos a sermos fornecedores de madeira, açúcar, café, fumo, ouro e pedras preciosas.

Não tínhamos um parque industrial ou comercial consolidado, nem mesmo uma casa da moeda e bancos para operar. Faltavam universidades, estradas, ferrovias, portos, escolas e hospitais. Ou seja, não tínhamos infraestrutura e nem logística adequada. Sem falar que o clima tropical era devastador para os europeus, que só aprenderam a tomar banho adequado e todos os dias foi aqui, pois fazia muito calor e tinham os exemplos dos índios, que um certo mourão de cerca considerou a sua própria origem como indolente, embora isso seja uma falácia.

Foi nesse clima tropical que Charles Darwin buscou muito de sua inspiração para a teoria das espécies, principalmente quando se molhou todo ao buscar a sombra de uma árvore durante um temporal repentino, diferentemente do clima temperado europeu, e daqui, desse bioma tão eclético é que está o futuro da farmacopeia mundial. Graças ao intelecto e astucia de quatro membros dessa família real de Bourbon e Bragança é que temos hoje um território consolidado, diferentemente da América espanhola que se subdividiu e tornou-se fraca. Foram momentos de Dom Pedro I, que soube abdicar no momento oportuno, ou Pedro II, além da coragem da Princesa Regente Isabel, de tornar realidade algo que inevitavelmente os tempos pediam, quando teve seu nome inserido na historia brasileira no dia 13 de maio de 1888, mas que provocou o estertor da família real, culminando com o golpe militar de 1889, que gerou uma tresloucada república que só era governada pela elite do café com leite, entre Minas Gerais e São Paulo, mesmo mantendo o Rio de Janeiro como capital e seu salão de festas.

De lá para cá, fomos torpedeados a todo momento pelas disputas de poder entre militares e elites que se cooptavam pelo espólio, como mercenários romanos quando invadiam as terras barbaras ou inimigas viscerais. Nunca houve realmente a preocupação de observar as estrelas e perceber que elas estavam numa conjunção favorável totalmente a tornar esse espaço terrestre como um futuro Éden para todos os povos, como berço e celeiro, como amparo para o deleite dos maviosos cantos dos pássaros, encantos de belezas naturais, exacerbada riqueza mineral, que nem ainda mensuramos, potencial hídrico, hidráulico, eólico, solar e lacustre, com a multiplicidade de biomas que nos tornam impar em relação ao restante do globo terrestre. Pois aqui, não só "em se plantando tudo dá", mas o dá em intervalos cada vez menores entre as safras. Nosso relevo é maravilhoso, nossas praias são encantadoras, nossas águas são mais tépidas e nossos rios são mais caudalosos e piscosos.

O que nos falta nesse momento tão crucial da nossa jornada exploratória, como num trilhar pelos desfiladeiros mais íngremes do mundo, em desafios maiores do que os decantados nos filmes de Indiana Jones, é termos à frente, como guia e farol a iluminar o caminho, um líder que nos dê confiança e propostas factíveis para rompermos esse ciclo de marés, ora alta, ora baixa, que nos impõem sermos dependentes de commodities, passando a industrializarmos nossa própria matéria prima para sermos protagonistas de um País que está fadado ao sucesso e ao simbolismo de coroa do mundo, mas não pela força das armas, pela tortura dos povos, pelo desdém com a desgraça alheia, mas que seja um líder indignado com a desesperança e sofrimento do povo, mostrando projetos e pondo-os em prática para recuperarmos o nosso orgulho e altivez, para levantarmos desse berço esplendido, já que não precisamos ficar deitados o tempo todo, se é que queremos fulgurar como florão da América, pois como Atlas serviu de coluna e suporte para o mundo, estaremos diante do Atlântico, com nossas veias e artérias, nossos braços e nossos cérebros a servir e cuidar do mundo com o carisma de um povo que sabe fazer, sabe cozinhar, sabe dançar, sabe cantar, e mesmo onde a chuva maltrata, faz nascer seres humanos capazes de encantar a todos, como num cordel nordestino, contado em repentes nos campos rurais e solos urbanos, fazendo do nosso Brasil a cornucópia perfeita, a sinfonia que deleita, seja nos poemas de Iracema, belezas que nem Helena de Tróia pode invejar, ou no Tronco do Ipê, nos poemas de Castro Alves, as inteligências de Paulo Freire, Ruy Barbosa, Santos Dumont, Monteiro Lobato, sem falar nos poetas como Vinicius, Jobim ou Gilbertos, Gonzagas e tantos outros que nem um santamarense ou um sabiá e um uirapuru irão definir o quão complexo que é o nosso Brasil exemplar, de inteligências impares e raras.

Que os bons políticos venham às sobras, pois o sertão não aguenta mais sofrer, nossas matas e florestas não precisam ser mais devastadas, mas sim conscientemente exploradas farmacologicamente, as grandes metrópoles precisam de paz, nossos céus precisam de ar puro, pois o mastro mais seguro é o da nossa bandeira, que embora num falsete de iluminismo, tem seu bordão cercado de estrelas, que representam a grandeza do Universo e o olhar de Deus sobre todos nós, que não queremos mais a chibata em nossas vidas, nem a ganância dos banqueiros a sugar o suor e sangue dos brasileiros, pois queremos ordem e progresso com justiça social, respeito à nossa multiplicidade étnica, linguística, respeito ao homem e à mulher, às crianças e aos idosos, que são a memória do que seremos todos um dia, como nos dizia, senão já repetindo falas já ditas anteriormente, de que Luiz respeita Januário, pois precisamos voltar a sonhar com os tempos de felicidade que perdemos nos deixando contagiar pela luxuria e pela ganância, pelas disputas ideológicas, doutrinarias, dogmáticas e religiosas, para termos não mais políticos profissionais, mas candidatos com perfil de estadistas, que queiram deixar para a história os seus nomes gravados em letras de ouro, pela saudade que deixarão nos corações do povo brasileiro, que merece ser feliz e espera apenas alguém competente e preparado, com a coragem para fazer o possível e o impossível para resgatar o orgulho pátrio, que está adormecido pelos vendilhões do templo que indignaram tanto a Jesus, como quando quiseram apedrejar a prostituta e ele renegou o ato de todos, cobrando a lisura de todos, já que queriam praticar tal bárbaro ato.

Que o brasileiro tenha a temperança para escolher realmente quem saiba ser o líder que possa orgulhar a todos, que saiba nos representar para o mundo, que saiba ser exemplo de como se reconstrói uma nação, como o fizeram corajosamente os alemães, os japoneses e os coreanos, dentre tantos outros exemplos que me furto a declamar.


Publicado no Facebook em 11/09/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/04/2020
Alterado em 05/04/2020
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