POR ONDE ANDEI, ENQUANTO PERSCRUTAVA O AMOR E O INFINITO?
POR ONDE ANDEI, ENQUANTO PERSCRUTAVA O AMOR E O INFINITO?
Sob a sombra das árvores da Mata Atlântica, vendo a água buscar seu curso, estive refletindo o amor que se renova, quando se lava a alma em águas cristalinas, correntes e simbólicas, buscando a purificação dos anseios, angústias e reflexões sobre o grande presente do existir, que somente no espelho das estrelas lácteas se demonstram.
E é no brilho de toda a imensidão da Via Láctea, espalhada ante a nossa íris, que podemos exponenciar a beleza do silêncio e da quietude, que só explode as bolhas da surdez nos nossos labirintos cranianos, que se exalam pelos ouvidos e curvas das nossas orelhas, quando nos deparamos com a fluidez das águas majestosas de Oxum, advindas das cachoeiras mansas que a Bahia nos propicia.
Nesse momento, nos interligamos entre a terra e os céus, misturados na fartura das estrelas a reluzir, a pulsar os seus fótons de energia, que dão vida e agonia aos rios d'água que brotam pelos veios e olhos que se abrem pelo seio lácteo que jorram vida, esperança e amor para quem busca a paz e o nirvana, buscando acalmar as aflições, os temores, as invejas dos que se dedicam ao amor.
Só um banho nessas águas são capazes de nos levar, seja na real ação ou no imaginário, aos caminhos que são vias para alcançarmos o que almejarmos, pois só existe o impossível até que ele se materialize no acontecer. Pois quem quer ver cair os esperançosos, não sabe a força das colunas que se erguem nos aquedutos que irrigam nossa fé, que são fortes como o tempo que faz o traçado das veias de água e sangue que nos fortalecem e sustentam.
Com o corpo e a alma purificados e fortalecidos, reencontramos nossa auto estima para enfrentar não só os caminhos, mas também todas montanhas que se mostrem diante de nós, pois saberemos nos conhecer e reconhecer os oásis de sombras frondosas que nos permitirão continuar a ver e nos alimentar para os caminhos que as estrelas da noite nos guiarão ao amanhecer dos nossos melhores dias, sob o voo das aves canoras que gorjeiam, encantadoras, em busca das folhas e arbustos caídos para formarem o aconchego dos seus ninhos, onde alimentarão com todas lagartas e bichinhos as suas crias no romper das cascas dos ovinhos que estarão protegidos dos algozes e famintos predadores.
E foi assim que eu andei, pelos caminhos de Ogum, nessa busca eterna de meus ancestrais, que não poderei esquecer jamais, pois foram o forno e a manjedoura, sendo a força protetora a nos mostrar os caminhos a perseguir, por onde andar, pra onde ir, pois novos dias ão de vir para sempre termos a régua e o compasso para construirmos nosso viver, nosso sonhar, nosso amar e nosso contínuo aprendizado para ganharmos luz e sabedoria, com os quais tracei os meus caminhos, abri minhas clareiras e tive ao lado a companheira ideal para sonhar e manter as rodas sobre os trilhos, os sons num perfeito estribilho, que a candura dos poetas nos ensinaram a versar.
E é entre a Chapada e o luar, sendo sertão ou beira mar, que os caminhos vão nos levar para apascentar e alimentar nossos cordeiros, sonhando e realizando todo um sonho brasileiro, arquitetando o futuro, plantando o fruto, que irá do verde ao maduro, cozinhando em fogo brando, com o amor multiplicando os sonhos que não serão mais utópicos mas sim seguros, como um rocha que foi fornada nas entranhas do planeta, mas que mostram a faceta para o solo do nosso lar, onde seremos servidores de alegria, de sabores e poesia para todos encantar.
Publicada no Facebook em 26/08/2018