O SOBREVIVER, A GRAÇA, OS PRINCÍPIOS, O AMIGO, A INGENUIDADE E O AMOR
O SOBREVIVER, A GRAÇA, OS PRINCÍPIOS, O AMIGO, A INGENUIDADE E O AMOR
Sobreviver num mundo tão afeto ao modismo e ao individualismo que tem imperado, à medida em que as sociedades humanas avançam com suas tecnologias, tornando a interação das pessoas quase impessoais, já que nos deparamos com equipamentos virtuais que nos propiciam interagir sem estarmos presentes em carne e osso, nos deixa temerosos perante o futuro que nos reserva o desamor que logo advém dessa impessoalidade reinante.
Não mais percebemos o calor que emana do rubor dos rostos ou do hálito das pessoas, do arrepiar da pele daqueles que se expõem ao frio, ao calor ou às emoções e os meros sustos que ações e acontecimentos repentinos tanto provocam. Estamos cada vez mais como meras estátuas ou máquinas sem coração a bater.
E assim o sobreviver já se condiciona a sentimentos individuais e não do necessário sentimento de coletividade, que exigiria naturalmente um pensar embasado no que é melhor para todos, já que sabemos sermos apenas mais uma espécie sobre a face do planeta, como os impérios também o são ou foram, nos deixando sujeitos também ao fim, provocado por uma possível extinção, quando não agimos com os princípios ideais para a busca do perpetuar.
Inclusive, deixamos de refletir sobre a diferença entre eternidade e imortalidade, pois o eterno é o que é amplo, divino, só cabendo a Deus entender, quando nos deparamos com a grandeza e o mistério do Universo Celeste. Já o que poderíamos considerar como imortalidade, essa já nos cabe analisar sobre as duas vertentes que utopicamente nos estariam dispostas, que seriam a carne e a alma. Será que temos o direito lógico à imortalidade da carne, quando vemos que a energia no cosmo se transforma, migra, se amolda? Nesse viés é fundamental pensarmos sobre a imortalidade da alma, que deve ser buscada pelos parâmetros mais naturais do nosso existir. É como comparar o construir ou destruir, o bem e o mal, amar ou odiar.
Já pensaram que quando deixamos os nossos planos sociais, nos tornamos ilhas e não continentes? Imaginem um mundo em que não reflitamos com bastante coerência tudo o que fizermos, mas busquemos agir instintivamente, como meros animais irracionais. Seria o Caos premeditado, onde nos inutilizaríamos para a vida, na medida em que tomássemos decisões ímpares e apressadas, que talvez não nos permitissem hoje, nos decantarmos com a magia musical de um Beethoven, ou os inventos espetaculares de um Steve Jobs, sem falar nos que ainda estão a nos encantar todos os dias, como um Cristiano Ronaldo CR7, um Andrea Boccelli ou uma Celine Dion, para não falarmos dos tantos anônimos da mídia histórica, caso tantas mães no mundo de hoje ou de outrora tivessem concluído seus intentos de abortar suas gestações.
Vejo hoje mesmo o meu exemplo de vida, onde sobrevivi de um parto de sete meses, em uma época sem incubadoras ou modernos recursos da medicina e da farmacêutica, mas que também foi reflexo de uma mãe nascida como resto de parição, de uma prole de quinze irmãos e irmãs, do ventre de uma avó longeva para os idos de 1937, pois já tinha 44 anos de idade, sofrida no seu processo de parto que durou três longos dias de dor e ansiedade, fazendo promessas para São Camilo, em busca de mais um ato de bravura e felicidade que nos brindaria com uma Camila.
Por isso tudo, a vida precisa que tenhamos princípios éticos e morais para nos relacionarmos socialmente e com o nosso próprio ego, posto que se nos deixarmos corromper em nossos princípios, com certeza descambaremos para a barbárie, onde teremos o mesmo que ocorre hoje com o nosso Brasil, onde grassa a corrupção dos que elegemos para nos governar, para serem nossos patos alfa, que seguem o voo marcando o caminho a ser perseguido pelos demais patos, ou nas manadas de elefantes, rebanho de gado bovino ou até no cruzar das estepes geladas, onde os lobos têm sempre um líder a seguir.
Sabemos também que somos tão fáceis de enganar, principalmente quando nos pautamos em buscar satisfazer puramente nossos anseios e volúpias, quando não as necessidades imediatas, numa ingenuidade sem tamanho, que sempre acharemos alguém com a predisposição diabólica para sugar nosso caráter e a nossa bondade.
Mas tenhamos a certeza, de que a pratica da amizade e da bondade repercute como um bumerangue, ou uma bola que ricocheteia na parede e retorna, pois nesse plano de vida em que existenciamos, o bem ou o mal retornam à medida em que praticamos, como no caso do agricultor, que só colhe o que planta. Afinal, como sempre digo, nascemos nus, não importando o dinheiro que amealhamos, o currículo acadêmico que alcançamos, ou a marca e etiqueta que temos como estampa das roupas que cobrimos nossos corpos frágeis, mas o fundamental, o profundo do ser que se quer ser semelhança do Senhor do Universo, está no sorriso, no afago carinhoso, na mão que apoia, no abraço que envolve e aconchega, pois só o amor constrói e contribui para nos orgulharmos da nossa estadia nesse condomínio, que não devemos querer que seja pequeno e isolado, onde só caiba apenas um pequeno príncipe, mas que tenha um espaço em que possa florescer e crescer um baobá e seus mistérios milenares, onde as abelhas vicejem e deem mel.
Publicada no Facebook em 05/08/2018