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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
PORQUÊ DESVIRTUAMOS QUASE TUDO QUE CRIAMOS?

PORQUÊ DESVIRTUAMOS QUASE TUDO QUE CRIAMOS?

Imaginemos o Universo e toda a criação celestial, donde tudo tem um curso e um propósito natural, onde mesmo o que se pode considerar como acidentes, hecatombes, pandemia ou uma simples nevralgia, se olhado com a visão de eternidade, saberíamos a verdade do mistério criacional.

Tudo no Universo é sincrônico e perfeito, mesmo que em nossa tosca compreensão, fiquemos a achar que quase tudo tem defeito. Mas não conseguimos mesmo é ver que o defeito está apenas no nosso jeito de buscar explicações, quando o que deveríamos mesmo é buscar adaptação, pois não somos criacionistas por excelência, mas apenas por derivação.

E assim é nossa história, cheia de malcriações, como se fossemos eternas crianças a questionar os anciãos. E vamos nos rebelando contra tudo e contra todos, como se fôssemos os limpos contra os rotos, com a teimosia dos garotos, que nos arvoramos de maduros para se auto afirmar, sem sabermos o azar que nos aflige quando não percebemos o chão que se tinge com as marcas das nossas pegadas, que deixamos nas estradas, por andar na contramão.

Nessas pegadas de andar desamparados, vamos lá jogando os dados como se a vida fosse um simples jogo, onde podemos criar jogadas sem achar que na chegada das corridas tem um pódio. Lá seremos vencedores ou os meros espectadores de quem fez por merecer.

Mas durante esses percursos nós queremos ter o pulso que garanta os nossos objetivos de manter vivos os corações, e vamos pela vida inventando de uma lança a um gadanho, de uma espada a um chuveiro pro banho, sem atinarmos para seus iniciais objetivos ou o que veio após os anos. Pois inventamos pólvora e dinamite, aro de roda e tanque de guerra, meros serrotes ou cruéis moto-serras, fogos juninos ou mísseis que levam de satélites artificiais e bem-vindos, ou meros arremessos de ogivas que destroem a vida e trazem o mal.

Inventamos o telefone para facilitar as comunicações, mas que hoje são vilões de falcatruas e mortes, que são tramadas nas sombras e névoas de tempos sem sorte, fazendo com que a faca só corte os pulsos dos fracos, dos oprimidos e da enorme maioria do povo, que sofre nas mãos dos que manipulam todo saber criativo, para um uso nefasto e abusivo em prol de uns poucos, que não compreendem que o rito da passagem vem para todos.

E lá vamos invadindo os mares, lagunas, cavernas e dunas, sugando as entranhas da terra a tremer, derretendo as geleiras, como se as nossas comuns geladeiras pudessem seus efeitos logo reverter. Poluímos os ares, sem saber que os nossos pulmões podem ficar doentes sem perceber, que às vezes já é tarde e toda a metástase já está a nos carcomer.

E vamos criando crianças que nem mesmo as danças de roda junina vão poder aprender, pois já vivemos em grades, que as grandes cidades nos deixaram em selvas de pedra, com medo das feras que nos tornamos por adorarmos apenas o poder.

E continuamos a criar sem saber esperar o tempo nos dar o que tem que nascer. Então, vamos mudando a genética, sem nem termos a ética para os efeitos futuros que hão de haver.

E na ânsia de vida, mas num descompasso com o tempo que nos cabe para curarmos a ferida, vamos nos arvorando de uma eternidade efêmera e descabida, já que a vida individualmente é uma proposta falida, já que não nascemos prontos e longe estamos de pretender sermos como os autômatos, os quais no seu start inicial esperamos que estejam ligados, servis e preparados para cumprir os manuais.

E talvez seja esse o grande enigma, que faz com que a nossa vida seja tão especial, pois somos todos parecidos, mas nunca somos mesmo iguais, pelos instintos e vontades, que com toda boa vontade, o livre arbítrio que foi presente e dádiva de Deus, é nosso guia racional.

Por isso cabe-nos a grande responsabilidade, que é saber usar os nossos dons e a nossa maturidade, para usufruirmos de tudo preservando esse absurdo de perfeição, que até um mudo, um cego ou surdo, sabe que todos os outros sentidos que lhes foram dados, vêm todos ampliados para compensar o que imaginamos ser defeito, pois o que não sabemos é que o perfeito só quem sabe mesmo o que é e para que foi feito é quem domina o mistério da vida e morte, seja de homens ou dos astros, pois só somos meros rastros do Criador desse mundão.

Publicada no Facebook em 30/07/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/04/2020
Alterado em 05/04/2020
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