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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
SOBRE UM BÓLIDO, PODEMOS SER GAMETA E LUZ

SOBRE UM BÓLIDO, PODEMOS SER GAMETA E LUZ

Eu me vi sendo jogado no espaço,
Resultado de uma ira momentânea, era Zeus!
Sobre um bólido de terra e de aço,
Retirado das costas de um Titã, foi ali o meu adeus.

Se era frio ou calor, eu nem mesmo sentia,
Pois o que mesmo me ardia,
Sem também não enxergar a Prometeu,
Era não ter um endereço ou um rastro para onde eu iria.

Como um planeta em formação eu me vi como um pedaço,
Será que eu seria uma lua ou um mero asteróide,
Fosse ao menos um cometa, eu girava em carrapeta,
Voaria sem carreta, espalhando a poeira, clareando todo céu.

Mas a sina do cometa é o retorno obrigatório,
Que mesmo tendo o seu contorno, num elipse giratório,
Quente perto e frio ao longe em silhueta,
Só me permite ser um monge na cláusula em oratório.

Ver as galáxias, mas não poder singrar por elas,
Culpa de um ímã que me atrela ao meu Sol como castigo.
Pois não importa o arrepender de minhas mazelas,
Que nem sendo tinta de aquarelas, tem meu pincel como inimigo.

Mas vale a pena estar num bólido pelo espaço,
Pois sei que o espinhaço de Prometeu eu descansei.
Tirando o fardo dos pecados dos humanos num abraço,
Mesmo daqueles mais tiranos, dor que agora só em sei.

Me resta o luxo de ser como um cometa iluminando,
Bem ao contrário de um quasar insano,
Que engole a luz de toda vida e energia,
Pois quero ser dia de Sol folia, dando voltas todo ano.

Só sei que vim pra esse plano de existência,
Porquê Deus deixou pra todos uma incumbência,
Que é ser construtor de novos alicerces,
Os quais precisam suportar todas as preces, mesmo com frutos de demência.

Pois nascemos como poeira pra viajar pelas estrelas,
Num vácuo que parece até brincadeira,
Mas que um dia a gravidade nos traz também responsabilidade,
Ao solidificar de um planeta, servindo a Deus como cadeira.

E nesse trono seremos sempre patrimônio,
Como orixás ou espíritos encantados,
Anjos ou santos, todos nos amparando, mesmo agachados,
Rendendo graças a Deus num matrimônio.

A graça disso é eu pensando estar sozinho,
Naquele bólido como um simples ou mero ninho,
Não percebendo que ao meu lado, me protegendo com seus escudos e seus cajados,
As suas lanças dão meu caminho, seja com rosas e seus espinhos, serei gameta e sua luz.

Publicado no Facebook em 18/07/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/04/2020
Alterado em 05/04/2020
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