IF ANYWAY THE WIND BLOWS (Se não importa para onde o vento sopre)
IF ANYWAY THE WIND BLOWS (Se não importa para onde o vento sopre)
A vida me fez aos quatro ventos,
Sem lamentos e sem caminhos,
Pois até os meus espinhos,
Ferem a vida em lamentos.
E eram nuvens que ciscavam,
Vento leste ao rodopio,
Mas não teste o meu pavio,
Forte chama eu me queimava.
E nas fornalhas sob o vento,
Eu ardia os meus carvões,
Sem saber que seus clarões,
Reluziam sem jornada.
Foram vidas só em uma,
Misturadas sem porquê.
Imbricadas numa vela,
Vento cedo a conceber.
Assim foram meus ouvidos,
Vendo o vento a transpassar,
Todo pensamento urdido,
Que fez meus olhos marejar.
Mas mercúrio faz tormento,
Num sol que aperta o meu pensar,
Por não saber o caminhar do vento,
Que logo cedo pode me levar.
E são razões do meu tormento,
Não ter um rastro para seguir,
Se não importa para onde o vento,
Sopre meus dias que hão de vir.
Publicado no Facebook em 27/06/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/04/2020