A PAZ E OS PENSAMENTOS DE FOGO
A PAZ E OS PENSAMENTOS DE FOGO
Buscar o nirvana da paz,
Onde o corpo se dobra pra contemplar,
De colunas, sapatas e veias se faz,
O edifício em que vamos morar.
Mas toda dobra pode cingir a mangueira,
Por onde vem o cimento e o gás,
Pra edificar as lajes e a lareira,
Que são início e fim, como cartas de Ás.
Em toda paz, nós buscamos a brisa,
E toda brisa vem com a maré,
Mas se o vulcão cospe lava na vida,
A paz só vem num mar de fogo e fé.
A paz que o fogo nos traz borbulhando,
As lavas fazem seu papel de fluir,
Pois vai queimando o sonho humano,
Que não vê passado, mas quer sempre ir.
Mas chega a hora de enfrentar nossos egos,
Em que precisamos esquecer o que se viu,
Senão a paz só virá como pregos,
Que afundam na carne em balas de fuzil.
E os pensamentos precisam do fogo,
Para queimar nosso ódio febril,
Selando a boca do vulcão, paz em jogo,
Usando o fogo como uma forja fabril.
Criando tudo de novo com fogo,
Com esperança no útil carvão,
Como fornalha em nossas cabeças,
Para a paz ser como fornada de pão.
O pão da paz que flutua, em nirvana,
Dobrando joelhos, rezando pra luz,
Que vem do fogo que arde esperança,
Com mesa farta de paz, até a alma reluz.
Publicado no Facebook em 14/06/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 05/04/2020
Alterado em 05/04/2020