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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
ENTARDECER, NUM TOCO DE ÁRVORE COMO ALTAR

ENTARDECER, NUM TOCO DE ÁRVORE COMO ALTAR

Hoje vi que certas cenas que agora lembro, são memórias de momentos que nem sempre deveria relembrar, pois já tenho a certeza de que tudo aquilo que nos fere a alma, muito além da carne viva, é que deixa como visgo, a dor que teima em não passar!

Penso como uma gaivota, ou pato d'água, a observar, o leito das águas no entardecer, num toco de árvore como altar. Altaneiro, com bico ao lado, tranquilo, sereno a esperar, eu anseio que o sol se ponha, ou se guarde, no horizonte a se findar.

Mas quieto espero as rãs e sapos, ou os besouros a zoar, anunciando a breve noite, como um açoite, que esconde o sol além do mar. Mar que mareja os meus olhos, com a profundeza do olhar, que se ofusca e que chora lágrimas humildes a me molhar. E elas escorrem como as águas do rio, serenas mas contínuas, a deixar as marcas no rosto velho que guarda as rugas de tanto esperançar, por noites singelas, com estrelas mil a lumiar, sob a lua nova e sem nuvens como cobertor, longe dos postes a clarear.

E o meu juízo se solta ao vento que sopra ameno a arrepiar, e jogo para o profundo das estrelas todo o mal que vejo alguns a desejar, pois sei que o manto celeste que me protege, estará sempre a me guiar, me amparando contra toda inveja e injúria dos inimigos de além mar, já que sobre o altar do pau de toco, estarei sempre a observar, com a certeza da justiça de Deus e homens, pois reto eu sou, e vou ganhar!

E assim finda mais um dia, uma rotação que nos leva ao mesmo lugar, ao mesmo tempo em que nos carrega em volta do sol, dia após dia, no nosso eterno velejar, pois vida não só é carne e sangue, pois é no mangue que até o lodo faz vida gerar, tratando o mesmo esgoto dos homens e das plantas que estão à beira mar.

E noite adentro eu sonho mil vezes, pois todas as vezes que deito ao luar, recebo a energia do cosmos divino, com asas dos anjos a me ninar, pois sou filho de Deus e amado por ele, sem esquecer dos meus serafins, que me olham por noites sem fim a me proteger, me dar boas novas e a me curar, de todo o mal que tem no abismo dos corações de maldade que teimam contra todos que sabem amar!

Não vou desistir do amor dos que também amo, pois fraquejar é humano, mas tenho um sonho, e esse sonho não morrerá, pois é um sonho em que me vejo após um banho, em que lavo minha alma e assim resplandeçem minhas virtudes, com meu mais sincero ardor, reanimado pela seiva que goteja e me alimenta, sendo pra uns uma tormenta, mas que é o que me sustenta, e o seu nome é Deus de Amor!

Publicado no Facebook em 10/06/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/04/2020
Alterado em 04/04/2020
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