O QUE É A VIDA POR TRÁS DE TODA SERRA
O QUE É A VIDA POR TRÁS DE TODA SERRA
O Brasil, território sem Lei e sem Ordem,
Onde só a desordem dos que fazem a Lei,
É que impera nos tronos, nos disfarces sem rei,
Travestidos nos ternos e togas com nódoas,
Que escorrem e sangram por todas as bordas,
Dos tonéis de latrina, quando fedem, nem sei!
Não é dado o direito de viver nessa vida,
Conhecendo o que passa nos palácios de lá,
Que se escondem por trás da cortina bandida,
Penduradas nas serras que lhes cercam, desde já!
Nos planaltos centrais, ou catetes de outrora,
Hoje são as senhoras que se escondem, alto lá!
Nos períodos nem tão antigos de outrora,
Todo órgão de imprensa, tinha logo um censor,
Tudo que acontecia, o filtro era na hora,
Parecendo que havia só silêncio e torpor,
Pra ninguém saber o que acontecia por trás da serra,
Que cega, caminhava pros porões do horror.
Com desculpas de que combatiam a miséria,
Que seria tão séria, se comum ou social,
Publicavam apenas o que eles entendiam,
Que deviam dizer para o público em geral,
Mas fazer, eram outras as coisas que urdiam,
Roubando tudo que viam, sob as vistas do general.
E eles decantam que não fizeram fortuna,
Mas cavalos em haras criavam também,
E trocavam favores como se limpa a bunda,
De quem tá na cama, doente e refém,
Mas que já bem melhor, agradecem à Viúva imunda,
Por terem ficados tão ricos, também!
Foram os ratos que se juntaram aos gatos de farda,
Coronéis sociais, como antes de Vargas,
Que se aproveitaram do quartel sem a guarda,
Pra trocar gentilezas, com rádios e jornais,
Foram tantas as vítimas, com vidas amargas,
Que deixaram o Brasil, um refém, nada mais.
E os cidadãos brasileiros, comuns e ordeiros,
Não souberam e nem vão saber mesmo, jamais,
Do que houve nos palácios e porões do dinheiro,
Que lavou as masmorras e fossos de animais,
Onde morreram muitos jovens do Brasil inteiro,
Pra tentar resgatar e serem livres, nada mais.
E assim, nós vivemos, como animais,
Sem saber o que é a vida,
Por trás de toda serra e do que há por trás,
Atrás de nós mesmos, sem as mesmas serras,
Não olhamos a vida, toda empreendida,
Que escorreu, já ferida, pelos vis generais.
Publicado no Facebook em 31/05/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/04/2020