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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
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PORQUÊ LEMBRAR DOS FONÉTICOS 4 QUÊS, SE A SINA É ENVELHECER OU MORRER?
PORQUÊ LEMBRAR DOS FONÉTICOS 4 QUÊS, SE A SINA É ENVELHECER OU MORRER?

Sempre falo aos amigos que encontro, em prosas durante as conversas num café sobre a mesa, ou até nos passeios, jardins e praças da cidade, de que o final de nossas vidas pode ter muitas realidades, de irmos bem antes, por doenças e fatalidades, ou por própria vontade. Mas, se durarmos mais um pouco e ficarmos longevos, seremos os servos das banalidades, nem sempre tão banais.

Os fonéticos quatro quês, já que nem toda palavra pronunciada deve ser escrita como a recebemos pelos canais e labirintos do ouvido, se reportam a ações ocorridas ou resíduos do corpo que expelimos.

O primeiro quê seria a queda, depois vem o coice, e sobram então o catarro e a caganeira.

A queda nos reporta à fragilidade dos nossos corpos curvados e desgastados pelo tempo, que não nos permitem o equilíbrio necessário, para sozinho andar. Aí eu sempre digo, que nas casas que eu imagino, o porcelanato no piso é um desatino, pois até um menino escorrega e cai. Quem dirá um dos nossos velhinhos, que nos foram bengala para os primeiros passos, mas hoje, nos embaraços, pode cair ao escorregar, se não fixarmos corrimão em todos os espaços da casa, para lhes apoiar.

São tantos os incômodos, de salas, escadas e cômodos, que se a labirintite ataca, junto com as artroses e as cataratas, a queda é quase certa, fratura aberta, que não curará.

E se esses novos velhos que não se prepararam para o convívio, podem querer guerrear ou montar pangarés, e os coices certeiros e trombadas de ombros incertas, podem ao chão lhes levar, com mãos e ombros ou braços quebrados, joelhos estragados, ruins vão ficar.

E na velhice, nossa imunidade vagueia, nem as plaquetas estão cheias, e nossos pulmões são depósitos das fumaças da vida, fumada ou sentida, que não resistem às viroses, e chegam as gripes, pneumonias e bronquites, quando não é a tuberculose. E o catarro é o símbolo dessa nojenta etapa, que pode até ser de um câncer que mata, mas que prenuncia nossos estágios finais, se não cuidarmos a tempo.

E o último quê, tem tudo a ver com os resíduos desnutridos pelo corpo, que nos impõe um cuidado renitente com tudo que ingerimos, para nossa digestão ser legal. Pois se comermos alimento estragado, muito condimentado ou até apimentado, corremos o risco de nossos intestinos não mais aguentar. Pois o corpo já está na cadência e não mais aguenta a potência, dos excessos dos jovens a saborear feijoadas, churrascos ou comidas de química acentuada, nem coca-colas geladas e o frio da invernada, ou o calor escaldante e desidratado do sertão e caatinga, de um Raso da Catarina.

Até as ondas rebentando na praia, não nos permitirá que ele saia sozinho, sem amparo, sem chapéu no dia claro, e hidratante para ajudar. Pois seremos escoras das plantas dos pés dos nossos velhinhos, guiando-os pro ninho, pra lhes darmos o merecido carinho, para lhes compensar o apoio que tivemos pra lida, pois todos nós seres humanos não nascemos prontos para enfrentar a vida, a qual é totalmente dependente das asas e ninhos desses pássaros encantados, ou das lobas de Roma, sem a qual, a lenda bendita nos conta, morreriam os meninos, encontrados sozinhos, a lhes amamentar.

Afinal, como disse Fabrício Carpinejar: "Todo filho é pai da morte de seu pai!"

Publicado no Facebook em 30/04/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/04/2020
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