HECATOMBE DE SAURIOS FINS - MISTÉRIOS DE VIDA E MORTE
HECATOMBE DE SAURIOS FINS - MISTÉRIOS DE VIDA E MORTE
Num certo momento do Universo, a poeira estelar e a energia do Cosmo confabulou, para que não só se constituísse a Via Láctea, mas surgisse o nosso Sol. E como todas as estrelas, quando atingiu a sua cor amarela, ela cozinhou em sua panela os planetas que ora lhe gravitam, junto a tudo que influenciou para urdir o que compõe seu sistema, que é visitado apenas pelos cometas e outros bólidos que vagam em rotas, deixando seus rastros ao se aproximar, como algo que atrita, deixando fagulhas e fachos de fogo, os quais deixam a todos nós admirados, do mesmo jeito quando os céus são rasgados por furacões ou até pelos tornados, que nos nutrem, alimentam, gerando tormentas e raios irados.
Mas foi em algum momento das eras, insertas ou megeras, que tudo se cria ou tudo se transforma, pelo fim de seus ciclos que nem sempre deixa discípulos, como ocorreu o extermínio dos tiranos rex e dinossauros, ou mesmo os herbívoros brontossauros, cuja hecatombe e ossadas ainda se revelam. O que temos hoje em dia, nem de longe se parece, com lagartixas de todas as espécies, répteis se arrastando em quanto crescem, ou que até dos seus rabos se despem, para sobreviver nas contendas, que não são do Sincorá.
A vida na terra tem seu relógio, ao qual não damos corda nem pulso, mas que se serve com baterias, que secam e precisam se recarregar, para religar os impulsos de vida que há. Num instante são simples bactérias, samambaias, amebas e vidas vindas do mar, onde tudo começa, pra criar peixe à bessa, e adentrar na terra a rastejar. Só que aí criou asas e patas ligeiras, para voos ou caminhar pelas estradas sem nadadeiras, povoando as montanhas e as beiras, bebendo as águas que jorram do alto das montanhas, escorrendo em cascatas, com ecos de serenatas sob o luar benfazejo.
E só assim as montanhas e continentes tiveram molejo para saltar pro futuro, como jipes num enduro, arriscando tudo para chegar, num contorno que se molda a todo momento, como o escorregar de caracóis contra o vento, formando e reformando os contornos e fornos do nosso planeta. E esses fornos são caros, pois cospem fogo e enxofre pro alto, sem esquecer de escurecer os céus e modificar o perfil, e também a realidade de Henfil, por pena de nada para guardar. Só há razão e certeza de que a mãe Gaia e a Natureza vão produzindo suas belezas para os novos jardins adornar.
Mesmo que sejam esses jardins no meio do nada, oásis de vida na jornada, mas tem quem cultive tâmaras para não catar. Pois as tâmaras são tão mais longevas, como as montanhas e as pedras, que vidas passarão sem esperar. E a vida é retada de ousadias, pois brotam até melancias fora de época para chupar. Achamos vida nos planos e até nos altiplanos, e mesmo nas montanhas geladas pelos anos, sobrevoa o condor na invernada, planando nas alturas como só ele a nos olhar.
Nesses casos de vidas e de sortes, muitos bichos e plantas encontram a morte, para outros alimentar e continuar. Pois a nossa mãe terra é mistério e verdadeira, já que nos dá a vida como quem sobe uma montanha a partir da sua beira, mas que ao chegar no topo vê a escorregadeira, por onde há de se findar para se recomeçar.
Não será nada como antes, pois inovar é uma constante, já que a terra aprendeu a avançar, pulsando seu núcleo sem apatia, criando tudo de novo, dia a dia, mas vestindo tudo na moda que hora há!
Serão sempre novas cores, emblemas e formas de amores, que não saberemos quem serão os novos senhores, que reinarão nesse lugar, divino e regado de poesia, onde Deus, como numa poética antologia, pois lhe damos todas as formas e nomes hoje em dia, cria ao seu bel prazer e com a serenidade de quem toma um chá. Chá que é tomado apreciando o aroma e sabor que inebria, mantendo em Deus Pai a alegria, de seu jardim sempre ornar!
Mas o homem persiste no mistério, de vida e morte, pois o despautério do ser humano é sempre questionar, os porquês que não cabem à criatura, pois as tramas de Deus o Universo costura, com fios tênues e invisíveis, dimensionando tudo, que só temos é que aguardar. Mesmo que seja para ir não sei que dia, ou pedir nossa carta de alforria, para no colo dos anjos ir descansar. E já que no mundo, o homem cria feitores, leões de chácara e os torturadores, de corpo e de alma, o que será? Será que merecemos esse castigo, sem causa nem prova e desprovido, de justa razão para condenar?
Ficam aqui os meus lamentos, nos meus repentes de tristeza e melancolia, pois sei que o bem suplanta o vento empoeirado e enfumaçado, mas sempre vento, soprado com leviandades que não é do bem e nem é bento, pois o mal, dia menos dia, há de se acabar!
Publicado no Facebook em 28/04/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/04/2020