BORDÃO DE BRACARA, SOB A ESPADA LATINA
BORDÃO DE BRACARA, SOB A ESPADA LATINA
Quando Cæsar Otavianus Augustus adentrou na Bracara, procurando um área pra se estabelecer o domínio romano no noroeste da península ibérica, estavam no ano de 16 a.c., e lá fundou uma cidade, em sua própria homenagem, hoje Braga, que ali a denominou de Bracaræ Augustæ.
Hoje, um de seus descendentes, pelo seu sobrenome, tem como lema, um bordão: o dizer que na vida só se respeita o pão que é amassado pela mão, com suor e a dor, pois se fosse por amor, não se respeitaria. Isso vale para que todos conheçam, que quase nada se aprende na folia e sua pretensa alegria, pois só se aprende quando sofre, quando por sorte não morre, mas renasce mais forte, com todo aprendizado.
Quando Roma chegava, com escudos e espadas latinas, o terror instaurava e destruía quase tudo. Mas, após muito sofrer e estudo, até mesmo os bárbaros, sobreviveram no mundo, usando de astúcia para combater.
Mas pra sobreviver, não foi na calmaria, que aprenderam um dia, nem a Roma temer. Pois, tudo que muito cresce, um dia enfraquece, e se finda também a gemer. E assim, foram-se impérios em todas as épocas, quando seus líderes, ao se imaginarem deuses na terra, na esbórnia se ferram, sem nem perceber.
Então fica aos jovens, contemporâneos de agora, que nada se aprende no colo excessivo do amor, mas somente na dor é que nos prevenimos para a lida. Quem já queimou na panela a mão, só prepara o feijão, com luva ou flanela. E andar distraído na rua, tropeçando com dor nos dedos e unhas, age como as cunhas, que incomoda até a escora, feita de madeira.
Dar carinho é bom e é lindo, mas se for muito pode botar a perder os meninos, que não aprendem a dar valor, ao que é ganho com muito ardor, quando o fácil acaba sumindo.
Por isso é que dizem: O rei é rico, o príncipe é nobre e seu filho fica pobre, se não buscarem na prudência, gerir suas vidas. Vidas que se pautem na decência, sem abuso do luxo, serão mais dignas, com partilha do básico, permitindo a todos, expurgar as doenças e a fome de modo amplo e real.
Todos sonhamos com um berço pro acalanto e uma cornucópia como manto, às margens de uma cachoeira. Mas, nesse mundo, com tanta inveja e usura, sem se importar com o trabalho, que busca o fácil e o atalho, fica difícil viver.
Ter o direito de conviver com vizinhos, sentar nas praças e poder passear em grupo ou sozinho, hoje é difícil por quê? Eu creio que tudo que é fútil, está sendo valorizado e publicizado demais, fazendo com que todos nós não nos contentemos com o simples e necessário, banalizando até o que comemos e vestimos, quando até nem sentimos, que nos perdemos como enfrentando a caipora no mato. Sem saber a solução pra vivência, só tendo querência, perde-se o respeito de fato.
Que a dor seja breve, nos ensinando o quanto fervem os corações em busca do amor, que se constrói passo a passo, nos dando o equilíbrio e o compasso, dos colibris perante uma flor, que a dividem com as abelhas, pros favos de mel das colmeias do mato, nos lambuzar sem ardor.
Publicado no Facebook em 28/04/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/04/2020