VIDA & MORTE - TRAIÇÃO PELAS COSTAS
VIDA & MORTE - TRAIÇÃO PELAS COSTAS
Vivemos na terra, como quem anda por um cemitério, com histórias de morte, num maior dos mistérios que buscamos resposta, no lado divino de uma loteria, na qual fazemos aposta.
Na idade média, suicídio era a tônica, de uma viagem anônima, perpetrada por todos os sábios, os quais não viam na doença e na dor, um motivo maior pra continuar nas batalhas e conquistas de tralhas, as quais não nos pertencem, pois nada levamos, na nossa valise ou nos nossos currículos, que num outro plano ou dimensão nos sirva de apoio.
Levamos apenas o caráter, robustecido dos atos e feitos, os quais ficam sujeitos ao crivo dos céus, pois homem algum vai nos tirar o chapéu, já que aqui o que mais viceja, são os que traem quando beija, e se não crucifixa, aleija, não só o corpo mas a alma, com toda ironia e ganância, julgando quem às vezes mais se dedica, com medo de serem destronados, como se fosse essa tola intensão dos que aqui já estão com a vaga e a passagem no barco ou no trem, que nos levam sem ambições, e que não exigem razões pra viver assombrado.
Apenas carregamos a angústia dos incompreendidos, que não vêem sentido em tanta tortura, no corpo e na alma, de estigmas e cicatrizes, dos que muito se dedicaram pra ter respeito no trabalho, que nada considera, e aos tolos e bons, só expurga.
São ultrajes perpetrados, dos que não têm exemplo dado, pois fazem tudo mascarados, como se fosse num filme de faroeste, onde os lenços são quem veste os rostos ocultos, procurados. Isso dá asco e agonia, pois para quem compartilha de convívios e história, não se entende a tramóia e as coações pra matar, destruir, trucidar, os que nada fizeram. São ingênuos e tolos, pensar que nesse mundo há vitória, sem o consolo dos anjos e espíritos elevados, que nos ficam ao lado, protegendo agora.
A vitória não está nesse plano, pois aqui limitamos tudo apenas a um estágio, de lutas e sufrágios. Para adentrarmos nas outras dimensões do mistério de Deus é preciso dizer um adeus, sem apego à luxúria, sem vaidades e quereres, pois um dia todos eles outros vão partir também. Uns ardendo sobre as brasas da própria fogueira que acendeu, pois a justiça dívida nunca tarda e vem pra todos, como a águia a Prometeu.
É horrível ver a boiada atravessar o rio sacrificando o mais fraco na jornada, pensando isso ser justiça almejada, que só engorda as piranhas, que por preguiça humana, o boiadeiro não se prepara, nem pra sêca ou invernada, criando as alternativas às injustiças praticadas.
Isso não é sorte, nem uma morte consagrada. É sadismo como esporte, tendo nas costas e na toga os cortes de todas as facadas. Restando a Julius Cæsar declamar numa fraca voz: "Até tu, Brutus!".
Publicado no Facebook em 27/04/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/04/2020