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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
SER CANGA É MUITO MAIS QUE DISCURSOS
SER CANGA É MUITO MAIS QUE DISCURSOS

A humanidade se acostumou a aclamar os oradores, e perdeu o encanto de perceber a platéia, que ouve e se faz presente.

Acompanhar uma cria, por mais feroz que ela seja, lhe dar carinho e escutar seu rosnar, dar-lhe amor e alimento, e a todo momento não desamparar, faz registro nos olhos e ouvidos, e em todos os sentidos, tornando tudo família, para também nos salvar.

Declamar e abrir as portas para o ouvinte, deixar adentrar em nossos recintos, permitindo auscultar nossos cardíacos batimentos, dá tônica aos sentimentos, que tanto queremos expressar. Nos permite o aconchego, pra expressar o que sentimos, nos atinos ou desatinos, mas com a certeza das presenças, que acalentam e aquecem nossas noites mais geladas e sombrias.

Toda alma quer um destino, mas também quer se sentir com propósitos nessa vida, de luz pra uns e pra outros, bandida.

Se não tivermos palavras para o acalanto, então pratiquemos o ser colchão, almofada e bengala, que permitem o descanso como alimento e o equilíbrio no andar. Mas não nos iludamos de sermos fada, mas saibamos ser a loba, que socorre até os famintos meninos do Lácio, usando seu instintos maternos, que nos faz refletir sobre a eterna necessidade de amar.

As cangalhas servem pra carregar nossos fardos, e sendo cangas protegemos os parceiros, sendo-lhes capa nos aguaceiros, das tormentas em nosso caminhar. Damos cobertura, mas também damos o direito de que tranquilo, nos desfiladeiros da vida, nossos amigos farão suas trilhas, na certeza de que as encostas não lhes cairão sobre as cabeças, mas servirão de espelhos para os ecos dos nossos anseios, como se andássemos em túneis ou cavernas, mas com uma luz no final.

Sejamos como correntes de ar que nos levam à saída, contrariando as bragas de ferro que nos faziam prisioneiros de elos, dentro das fortalezas e das senzalas, das casas grandes e dos castelos.

Ser canga não é discutir, mas segurar microfones sem ardis, num companheirismo respeitoso e feliz, para enaltecer e permitir o alcance certeiro do vosso discursar!

Publicado no Facebook em 24/04/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/04/2020
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