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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
SOFRER SEM PECAR - EXEMPLO DE CRIANÇA
SOFRER SEM PECAR - EXEMPLO DE CRIANÇA

Dizem que nascemos com o pecado original, mas um fato ninguém contesta, que é a pureza das crianças.
Quando elas nascem, o pecado é deixar os mamilos maternos em dor, por sugar com fome de engasgar. Afora isso, nascemos com dor, a qual é deveras inconsciente, mas que decorre do ar que penetra e inaugura os pequenos e virgens pulmões.
Mas as dores não estancam graciosamente, pois a vida castiga, se torna inimiga, sem explicação nos dar.
Percebemos que ardemos no fogo das heranças genéticas, astrológicas e de costumes dos nossos pais, que replicam histórias e mitos de vidas vividas outrora.
Mas o que pensar sobre a existência? Será que essa vida é um simples começo de um conto com a página fim, ou seria um capítulo, de uma eternidade, de alegrias e dores, de ódio e amores, os quais se conflitam sem um porquê plausível?
Porquê pagarmos débitos dos outros, se nem fiado ainda compramos? Eu queria poder entender como um peixe sobrevive num profundo abissal, sem ao menos ter chance de oxigenar suas guelras ou fitar os incríveis fótons do nosso astro estelar mantenedor da nossa terra e vida.
Aqui, sobre as terras, ventos e águas, somos como um sopro ou um piu de um pássaro, sem hora marcada ou despedida avisada, só avançado os semáforos da estrada quando tentamos atravessar os precipícios da vida sem apoio ou equilíbrio, como um mártir no cadafalso de um navio pirata, tendo embaixo tubarões famintos, escolhidos a dedo pelos desafetos nutridos, e a tormenta das ondas soprando.
É um mistério, nascer sobre a terra, mas ter que enfrentar as águas e os ares, pra viver só ou aos pares, com eterno medo dos que nos rodeiam, por não ter a certeza de que os abraços sejam de afeto ou com unhas de tamanduás, ou se os beijos serão ósculos fraternos ou traições por moedas de prata, como imputam a Judas Iscariotes, nos jogando nos calvários da cruz, sem nem ter direito ao azeite das oliveiras que vicejam nos montes.

Publicado no Facebook em 20/04/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/04/2020
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