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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos
QUANDO QUEDA A M(S)ORTE, QUEM TRAI?
QUANDO QUEDA A M(S)ORTE, QUEM TRAI?

No decorrer e ordenar da vida, /
temos corpo e temos mente, /
que mente que nem sente, /
por às vezes se ver doente, /
Sentimento de vida perdida.

E tudo atinge, sem pudor ou trama urdida, /
Pra não dizer que foi parida, /
na calada do corpo discente. /
Mas que retorce pela faca e a ferida, /
A injúria que é sabida /
Por docentes ao tolo que sente.

E isso nos leva a dilemas e a diligências, /
na busca do porquê se arde e pensa, /
pra saber se é urgência ou loucura, /
de doença ou em porões, tortura /
que ditam ordens com ofensa /

Era um caminho que levava até o cimo, /
Com ou sem Jesus menino, /
Num convite convicto, fraternal. /
Era embalado por respeito e ombridade /
Pois havia mesmo sinceramente, /
Sem pensar em ardis ou desatino.

Quem logo ia, ser traído por chefia, /
Seu árduo posto, até vago ficar, /
Para alguém em seu lugar. /
Por ciúme, sem pretender ou pensar, /
Sem vantagem ou mais valia, /
Só pra no fim, se processar.

Assim calados, sem considerar a lida, /
Dedicada, conquistada, vivida, /
Não merece uma adaga na carne. /
Como agiram na surdina, /
Como hienas e aves de rapina, /
Transformaram um sábado em pus que arde.

Sem qualquer direito, /
Sem proveito ou primazia /
Foi levado sem alforria. /
Pelourinho, um lugar perfeito, /
Imolar sem luz, era o que havia!

Enfraquecido, ele viu sua família, /
A chorar sem compreender, /
Como um pai defende a filha, /
Dentre dia, tardes e noites/
Na certeza de ter os açoites, /
Em inocente e triste agonia.

E a barragem, mesmo na água represada, /
Anda boi, foge boiada, /
Das piranhas em sacrifício, /
Por tantos erros, de vaqueiros, na invernada/
Sofre boi, estressa a boiada, /
Com garças em revoada, sangra o tolo, mortifício.

Perdeu a vida, nem longeva se traduz, /
Lutas diárias, tiro e dor na madrugada, /
Tendo a casa assaltada, tortura impus. /
Pois na ausência, chamem as armas, /
Chegaram cativeiro de filho, empregada, /
Sobreviventes, ó Pai, nos seja Luz!

Esse Severino, sem castelo e sem moinho, /
Lutou numa vida sem consolo, /
Sem medalhas, mas coroas de espinho, /
Hoje sem rumo e sem caminho, /
Suor de dor sem um cantinho, /
Final de festa sem um bolo.

Publicado no Facebook em 17/04/2018
Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 04/04/2020
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