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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
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O ÚLTIMO RESPEITO E O PRECIPÍCIO

O ÚLTIMO RESPEITO E O PRECIPÍCIO

 

Após a morte do último respeito,

Sobraram os homens "de" bem,

Mas nem esfriou o corpo no leito,

E o suspeito matou-se também.

 

Cada presunção já perpetrada,

Vindo de baixo será formigueiro,

Pois verá chuva como granada,

A explodir seu fugaz picadeiro.

 

Tanta firula ou as palhaçadas,

Sempre serão aprovadas ou não,

Porque piadas serão festejadas,

Quando se crê pela emoção.

 

Nunca serviu a ofensa da honra,

Pois o orgulho é uma presunção,

De que sejamos o cão de ronda,

Que dilacera e não dá perdão.

 

Quando o vaqueiro matou o índio,

Foi por ganância e crueldade,

Por não saber do próprio suicídio,

Pois numa cova tudo é verdade.

 

De que adianta garimpar o ouro,

Se na berlinda a fome retumba,

Pois sem oásis, deserto é fogo,

E a cacimba seca será a tumba.

 

Desde todo avanço da técnica,

Que ser humano é pra descarte,

Ao cantar louros sem métrica,

Do que será seu fim ou infarte.

 

Tudo caminha para o precipício,

Pois só queremos a facilidade,

Sem importar o custo do vício,

Que surrupia saúde e saudade.

 

Então, chega a morte do justo,

Pois foi traído por prosperidade,

Sem enxergar o seu ato injusto,

Quando infernou toda sociedade.

 

Elegemos, quem sabe, ladrões,

Pois eles são bons de enganar,

Pela doença de tantos bordões,

Ou com abraços de tamanduá.

Enviado por Poeta Braga Costa em 30/03/2022
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