O MUNDO DE AGORA E O MEU TEMPO
Enfrentar o mundo de agora,
Nos cobra entender o passado,
Pois tudo vem hora por hora,
Mas só me lembra o cajado.
Por isso os pajés e xamãs,
São mais que vogais e lendas,
Como a reger o amanhã,
Por entre portais ou fendas.
Cada ancião da aldeia,
Fez índio, preto e você,
E a vida assim campeia,
Além de um prêt-à-porter.
E o nosso agir vem da cultura,
Que no mais é querer só viver,
Se nascemos sem ter formatura,
Mas somos capaz de aprender.
Nos diria o mestre Mandela,
O nascer não ensina a odiar,
Mas no escuro eu uso a vela,
E na graça eu posso perdoar.
Nessa onda eu mudo a rota,
Mesmo com o barco no mar,
Porque vento pode dar marola,
Mas escolho como navegar.
Peça ajuda no redemoinho,
Queira mão que não deixa cair,
Seja a paz e queira só carinho,
Na versão em que possa sorrir.
Vivo e uso melhor o meu tempo,
Porque ele começa e tem fim,
E escrevo ou caminho ao vento,
Onde as musas cantam pra mim.