ENCONTRO AO ROMPER DO SILÊNCIO
(Saudações a Dom Antônio)
Quando fui jovem, o via diariamente,
Mas o tempo e a estrada nos trai,
E só hoje, revemos os ausentes,
Quando o verbo é que nos atrai.
Ao romper do silêncio das eras,
Colocamos tudo em pratos limpos,
Onde o chá e a torrada em rodelas,
Só nos lembra o que hoje é limbo.
O passado só volta em encontros,
Que as almas recorrem efusivas,
Pois o livro está quase pronto,
Nessa estrada de tudo na vida.
De um lado sobrou arma e cena,
Quando em outro o joelho dobrou,
Mas se um terminou em poemas,
O seu par ao divino exortou.
Todos temos missões nessa casa,
Que Deus permitiu ser estágios,
Mesmo assim, somos fogo de brasa,
Até nas pronúncias de adágios.
Eu tenho um rebanho nas letras,
Enquanto declamo aos estranhos,
E tu, sendo mais que os poetas,
Dá cabo de todos meus sonhos.
Ser bispo é ter compromisso,
De ser como um pai de cuidados,
Mostrando aos povos e omissos,
O cerne de se ter convidados.
E por isso se importa Antônio,
Pois santo em ação tem seu nome,
Bem mais do que dizem os sonhos,
Na paz que precisam os homens.